segunda-feira, 29 de abril de 2013


"Fui dar uma palestra num festival de Yoga. Me disseram que eu devia falar sobre uma “mensagem de inspiração divina”. Eu não sei o que é divino, pois não sei o que é não divino. Quando não conheço o que não é divino, não posso apontar para algo que seja divino, pois tudo o que está aqui é divino, tudo o que está aqui é Brahman. Então, de que “mensagem divina” estamos falando?" 
(Swami Dayananda)

sexta-feira, 26 de abril de 2013




“Quando a separação entre a prática e a vida é reconhecida como ilusória, toda a tua vida é meditação. 
Vida é consciência silenciosa e todos os eventos da vida aparecem e desaparecem nesse silêncio. 
Tu és esse silêncio.” 

(Gangaji )

quinta-feira, 25 de abril de 2013



Há algo que é felicidade: você mesmo. O Vedanta diz que você é felicidade. Você precisa aprender como conhecer essa felicidade. Precisa conhecer a si mesmo. O mundo das dualidades não perturba sua felicidade quando você conhece a si mesmo. 
(Swami Dayananda)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Salto Quântico


Dando um salto quântico, sem nenhuma hesitação ou apesar de todas as hesitações, você se torna íntegro. A hesitação desaparece, você se torna um. E tornar-se um significa libertar-se – libertar-se da própria multidão estúpida que existe dentro de você, libertar-se de seus pensamentos e desejos e memórias, libertar-se da própria mente.

(Mestre Osho)



"Neste mundo, permanecer livre, pensar por conta própria, decidir com sua própria consciência, agir a partir da sua consciência se tornou quase impossível. Em todo lugar - na igreja, no templo, na mesquita, na escola, na universidade, na família... em todo lugar espera-se que você seja obediente."

(Mestre Osho)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Feliz de quem está acordando !



"Este Novo Tempo está surpreendendo, mesmo ! Até relações que pareciam “imexíveis” estão se encerrando: as pessoas se revelando, as máscaras caindo, a visão clareando... Coisas que não conseguíamos enxergar durante anos, décadas e até – porque não ? – vidas, agora se manifestam aos nossos olhos nus... e perplexos ! Quando o encantamento se desfaz, percebemos que estivemos sob os efeitos de uma poção chamada “karma”. Felizmente o efeito não é eterno !

Feliz de quem está acordando !
Feliz de quem está encerrando ciclos !
Feliz de quem tem a coragem de dizer para si mesmo que simplesmente acabou !

E que todos os encerramentos sejam fluidos e amorosos, sem acusações, cobranças e julgamentos ! Que possamos simplesmente prosseguir sorrindo na despedida, no entendimento de que tudo valeu, pois culminou em crescimento para ambas as partes. Que todos os Seres sejam felizes ! Que todos os Seres atravessem os Sagrados Portais da Consciência de sí mesmo !"

Texto de Tania Ramalho

segunda-feira, 15 de abril de 2013

sábado, 13 de abril de 2013

A ILUMINAÇÃO



A iluminação é simplesmente o processo de tornar-se perceptivo em relação às camadas inconscientes da personalidade e abandoná-las. Essas camadas não são você: são faces falsas. E, por causa dessas faces falsas, você não pode descobrir sua face original e verdadeira. A iluminação nada mais é do que a descoberta da face original - a realidade essencial que você trouxe consigo e a realidade essencial que levará com você quando morrer. Todas essas camadas acumuladas entre o nascimento e a morte ficarão para trás.

Quando você atinge a iluminação, não se torna uma nova pessoa. Na verdade, você não ganha nada, pelo contrário, apenas perde algo: se desprende de suas correntes, de suas amarras, deixa para trás seu sofrimento e vai perdendo outras coisas. A iluminação é um processo continuo de perda. Quando não há nada a perder, esse estado é o nirvana. Esse estado completo de silêncio pode ser chamado de iluminação...o vazio iluminador...

Não lhe prometo nada. Não lhe prometo o reino da Fonte de Deus Pai/Mãe, nem prometo a iluminação: não faço promessas. Minha abordagem é viver um momento de cada vez, viver o aqui e o agora, estando iluminado ou não. O que importa? Viva os momentos aqui e agora de forma alegre, em êxtase, totalmente, intensamente, apaixonadamente...

Se alguém vive de forma apaixonada, o ego se dissolve. Se alguém se coloca por inteiro em seus atos, o ego tem que se dissolver. É como um dançarino que está dançando por um longo tempo: em algum momento apenas a dança permanece e o dançarino desaparece. Esse é o momento da iluminação.

Sempre que aquele-que-faz não estiver presente, sempre que o manipulador não estiver presente, sempre que não houver ninguém dentro de você, e houver apenas o vazio, o nada, isso será a iluminação, o vazio iluminador. A partir desse belo espaço, tudo que nascer terá graça, glória e consciência sem pensamento, somente O EU SOU.

(Mestre Osho)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Conscientizar-se da própria sombra



"Prefiro ser íntegro a ser bom."
C. G. Jung


“Sombra: chama-me de irmão,
para que eu não tema aquilo que busco.”
Anônimo


“Vergonha, culpa, orgulho, medo, ódio, inveja, carência e avidez são subprodutos inevitáveis da construção do ego. Eles estimulam a polaridade entre o sentimento de inferioridade e a vontade de poder. Eles são os aspectos da sombra da primeira eman­cipação do ego.”
Edward C. Whitmont


“Passamos nossa vida, até os 20 anos, decidindo quais as partes de nós mesmos  que poremos na "sacola", e passamos o resto da vida tentando retirá-las de lá.”
Robert Bly


     Medite sobre o que mais o incomoda em relação às pessoas. Não aspectos superficiais, mas algo que realmente você abomine, odeie. Talvez seja ingratidão, traição, injustiça, ciúme, medo ou impaciência. Reflita. Você já pensou por que odeia isso?

      Agora espero de você muita coragem.
      Será que aquilo que o incomoda em relação aos outros não é algo que está aí, escondido dentro da sua mente? Talvez tão escondido que agora esteja inconsciente?


      Jung dizia: "Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a um conhecimento de nós mesmos". Vamos mais fundo nessa questão.

      Toda criança é total ao nascer. É inteira, mas no decorrer da vida começa a se dividir. Ela é influenciada pela sociedade, pela religião e pela família, começando a negar algumas características consideradas más. É a qualidade, o jogo do que é bom ou mau. Com a chegada da maturidade, ela já negou muito de sua personalidade real. Esconde uma parte de si, acha pecado, errado e sujo algo que é dela, e tudo o que é rejeitado fica escondido ou guardado no inconsciente.
      Isso se chama sombra, é tudo o que negamos na busca absurda de sermos perfeitos para os outros, com um eu ideal. Um exemplo é a história O médico e o monstro, do Dr. Jekill e Mr. Hyde. Dentro do bondoso médico ficava escondida a sua sombra, como o monstro, Mr. Hyde. Também encontramos exemplo da sombra no livro O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. O jovem Dorian faz um pacto com o diabo para sempre ter uma beleza impecável e assim todos seus traços de envelhecimento físico além de egoísmo, obsessões, crueldade, cinismo seriam transferidos para um retrato de sua imagem jovem e perfeita.


      Esse retrato é guardado e ninguém o vê, a não ser Dorian, quando curioso, e ele vê o retrato cada vez mais feio, repugnante e cada dia mais velho.
      Assim é a nossa sombra. Como Dorian, desejamos mostrar uma face harmoniosa, amável, inteligente, e escondemos os nossos verdadeiros sentimentos, aqueles dos quais você se envergonha.
      É claro que devemos procurar preservar de nossa sombra as pessoas com quem nos relacionamos, senão criaremos confusões todo o tempo. O que não podemos é negá-la para nós mesmos, até porque ela possui aspectos muito positivos.
      Todos temos uma máscara, que é a imagem que passamos para o mundo. Na astrologia nós a chamamos de ascendente, que é como as pessoas nos vêem, é nosso impulso, a personalidade adquirida com a vida e por meio da qual transmitimos aquilo que temos de melhor. Chama-se persona na psicologia e é como gostaríamos que todos nos reconhecessem. Por exemplo: no namoro superficial colocamos nossa persona, enquanto num relacionamento mais profundo acabamos por mostrar nossa sombra.


      Fazemos com que nosso eu se divida em três partes:
  • o "eu perdido" - tudo o que reprimimos para agradar "aos outros";
  • o "falso eu" - a imagem que criamos para agradar "aos outros";
  • o "eu negado" - a parte que "os outros" nos ensinaram ser negativa e por isso é negada. São exemplos: egoísmo, raiva, desejos sexuais (reprimidos), vingança, "erros do passado", culpa (que não cria nada), traição, falsidade, desejo de poder, mentiras, nossas brigas com Deus / Deusa, "pecados", vergonha, etc.
     É provável que você tenha a maioria dessas características e outras mais. E não é só você. Todos são assim. Reconheça isso.
      Jung sabia que a sombra é perigosa quando não reconhecida, pois projetamos nossos aspectos destrutivos no mundo e nos outros e somos inteiramente escravos dela até que domine nossa mente e passemos a pulsar somente ódio, tristeza, julgamentos, dor, reclamações, etc.
      Começamos a ver defeitos em todas as pessoas, julgamos e enxergamos a sombra de nosso vizinho, da religião que não seja a nossa, de outra cultura, mas não vemos nossa sombra.
      Muitas das "guerras espirituais" ou "religiosas" acontecem exatamente por isso. Vemos trevas em tudo e essas trevas são projeções do que temos em nosso interior. Atos impulsivos que depois geram arrependimento. Situações em que se humilham os outros. Raiva exagerada em relação aos erros alheios. Depressão quando se olha para dentro.


      Francisco de Assis era sombra e luz, mas escolheu o caminho de luz; Hitler era sombra e luz, mas escolheu o caminho da sombra. Hitler tinha a semente de Francisco, mas Hitler se tornou Hitler. Francisco tinha a semente de Hitler, mas se tornou Francisco. Francisco trabalhou sua sombra e tornou-se um mestre, que é ícone de compaixão, tolerância e amor à vida.
      Esse é um trabalho para toda a vida e, como recompensa, nos permite perdoar aos outros e a nós mesmos pelo que achamos mau, pois a compaixão e a tolerância iniciam-se conosco e expandem-se para o próximo.
      A sombra é muito primitiva. Vem de um passado remoto, desde, talvez, o surgimento dos hominídeos. Está em nossa mente e corpo e é chamada também de memes. No livro O gene egoísta, Richard Dawkins diz que os memes são "núcleos de informação ou energia que têm vida própria, irradiam comandos, instruções, programas culturais e normas sociais para as pessoas" e se transmitem por meio de cultura, fofoca, religião, livros, filmes e tudo o que contribui para aumentar nossa sombra individual e cultural. A fofoca talvez seja um dos piores memes - a fofoca de dentro, a fofoca de fora.


      O meme é algo tão poderoso que irradia sua influência de uma mente para outra de forma quase instantânea. É assim que as idéias se propagam. Da mesma forma como os genes estão para a genética, os memes estão para a memética. E assim como o DNA é o replicados biológico, o meme é o replicados cultural. Ideias sombrias e limitadas podem ser ensinadas pela escola (que também tem um lado sombrio):
     O jornal Philadelphia Inquirer de 11 de junho de 1988 informava:
     A União Soviética, declarando que os manuais de História ensinaram a gerações de crianças soviéticas mentiras que envenenaram suas "mentes e almas", anunciou ontem o cancelamento dos exames finais de História para mais de 53 milhões de estudantes.
     Ao anunciar o cancelamento, o jornal oficial Isvestia informou que a extraordinária decisão visava pôr um término à transmissão de mentiras de uma geração para outra, processo esse que consolidou o sistema político e econômico stalinista que a atual liderança pretende encerrar.
     "A culpa daqueles que iludiram uma geração após outra... é imensurável", declara o jornal num comentário de primeira página. "Hoje estamos colhendo os frutos amargos da nossa própria lassidão moral. Estamos pagando por termos sucumbido ao conformismo e, assim, dado nossa aprovação silenciosa a tudo aquilo que hoje nos enche de vergonha e que não sabemos explicar honestamente aos nossos filhos."


     Portanto, quando pensamos que temos uma idéia, na verdade são as idéias que nos têm. Faço essa colocação para que você entenda que muitas vezes somos hospedeiros de idéias, opiniões ou crenças nem sempre benéficas a nós, mas vantajosas a elas mesmas. E assim elas passam a formar nossa sombra.
      Quanto mais felicidade e criatividade adquirimos na vida, mais a sombra aumenta. Quanto mais luz, mais sombra e escuridão. Todos os gênios da humanidade tiveram sombras muito fortes. Quanto mais luminosa a personalidade consciente, maior a sombra. Portanto, não projete sua sombra em outro. Perceba essas projeções, uma limitação sua.
      Muitos pais se projetam nos filhos, exigindo aspectos de perfeição que eles mesmos não tiveram na vida.


      Há pessoas que trabalham com o chamado pensamento positivo. Mentalizam: "isso é positivo, isso é positivo, isso é positivo" ou "eu sou luz, eu sou luz, eu sou luz" ou "sucesso, sucesso, eu tenho sucesso". Trabalhar assim com a mente pode ser benéfico, mas por um período pequeno de tempo. Achar que tudo é positivo pode fazer com que neguemos nossa própria sombra e os aspectos egoístas e perversos.
      Os que não têm essa válvula de escape para colocar para fora tudo o que é negatividade, fazendo uso de atitudes bem-humoradas, das brincadeiras, do lúdico, do prazer e principalmente da forma de interpretar situações difíceis com bom humor, possuem a sombra reprimida, o que gera sentimentos exagerados de posse em relação aos outros.
      Alguns espiritualistas teóricos e religiosos intolerantes têm um discurso cheio de palavras lindas como amor incondicional e fraternidade, mas só na teoria. Não amam nem uma pessoa, quanto mais todos, incondicionalmente. Escondem a pior de todas as sombras - o fanatismo religioso, a intolerância com os companheiros de crenças diferentes.


      O filme francês “O oitavo dia”, é sobre um motivador de comportamentos positivos. Conheço motivadores e religiosos que não se auto-investigam e, inconscientemente, tentam passar aspectos positivos para a vida de seus seguidores. Contudo, suas palavras são agressivas, duras e inflexíveis, notam-se neles atitudes e gestos treinados, decorados, nada espontâneos ou que venham do coração. O suposto sucesso que atingem ocorre porque seu público é formado de pessoas iludidas que gostam de dor e humilhação. Além, claro, das promessas de soluções rápidas e fáceis.
      Nossa luz e nossa sombra criam contradições em nossa alma. Qual caminho seguir? O que eu quero ou o que os outros querem de mim?
      Todas essas dúvidas nos remetem ao nosso lado sombra, já que é ele que detém todas as chaves de nosso auto­conhecimento, todos os nossos segredos.
      Mas é bom não confundir a sombra com o ego negativo. Enquanto a sombra faz parte do ser real, pois nos faz olhar para nosso íntimo e nos descobrir na totalidade, o ego negativo é o ser idealizado e aquele que diz: "Não seja autêntico, seja aceitável". "Não se exceda, seja medíocre, seja normal."
      O ego muitas vezes nos ilude, mente, enquanto a sombra nos coloca diante da própria verdade porque ela sempre esteve conosco, desde o nascimento. E como sempre esteve conosco, ela se constitui de tudo aquilo que insistimos em negar e desconsiderar ou daquilo que nos recusamos a aceitar em nós mesmos.


      Não agimos assim porque queremos, mas porque desde criança tivemos que nos adaptar para sobreviver. E fomos ensinados a esconder não somente coisas escuras, feias, que a sociedade diz que são pecaminosas, terríveis, imorais, mas também as coisas boas, por causa das mensagens que recebemos: "Não seja curioso"; "não seja tão honesto"; "não viva tão em contato com seus sentimentos"; "não seja tão criativo"; "não seja tão sonhador"... E assim fomos ensinados a construir nossa "auto-estima".
      Por isso o lado sombra é tão rico. E é, somente penetrando na própria escuridão, que você poderá transformar-se, poderá transitar da antiga para a nova forma, livrando-se de seus temores e vergonhas, fracassos e dores. E, somente assim, poderá descobrir sua verdadeira força, seu poder, seus talentos e... sua alma.




      Para sua reflexão, observe esta lista de valores paradoxais:

Valores que provavelmente você deseja de coraçãoValores que a família, a religião e a sociedade exigem de você.
SucessoHumildade
GulaJejum / Moderação
AlegriaDor (crescemos num momento de dor)
FacilidadeSacrifício e Dificuldades
SexoCelibato / Monogamia
DinheiroPobreza (nos leva para o céu)
Felicidade na terraFelicidade nos céus
Trabalhar é prazerTrabalhar é obrigação
Não fazer nadaSempre fazer algo
Dizer nãoDizer sim
Ter privacidadeDeixar-se invadir
Eu sou o mais importanteO outro é o mais importante
Eu me amoAmo o próximo
Ter liberdadeObedecer às autoridades e aos mais velhos. mais velhos
O último pedaço de pizza é meuO último pedaço de pizza é seu
Falo o que queroSou bonzinho para agradar
Tenho os meus desejosCriança não tem querer
Gasto muito agoraEconomizo para o futuro
AventuraSegurança
Eu me trato da melhor maneiraTrato as visitas melhor que a
mim
Faço o que queroObedeço
Dormir até tardeAcordar cedo (Deus ajuda quem cedo madruga )
Ir ao parque de diversõesIr ao culto
Reter matériaDar ( vender tudo para doar aos
pobres )
Possuir para gastarDar tudo aos necessitados

E agora? Qual é o seu caminho?
Tudo tão contraditório, não é?
O que é o bem o que é o mal?
Luz? Sombra? Certo? Errado?

     Não existem respostas para essas questões, tudo é relativo, graças a Deus! Senão, qual o sentido de viver?
      O que é bom para você pode não ser para os outros e vice-versa.
      Jung escreveu:
      "A triste verdade é que a vida humana consiste num complexo de opostos inseparáveis. Dia e noite, nascimento e morte, felicidade e miséria, bem e mal. Nem sequer estamos certos de que o bem superará o mal ou a alegria derrotará a dor."


Reflexão
     Que tal encontrar um equilíbrio relativo entre aquilo que seu coração anseia e o que os outros desejam?
      Faça uma lista de manifestações de sua sombra. Isso tudo que nega em si mesmo o inspirará a conhecer-se melhor - você é assim.
      Enumere três atitudes que odeia que tomem com você.
      Será que você também não se trata assim?
      Um exercício muito interessante para trabalhar com a sombra é socar um travesseiro enquanto gritamos com ele.
      Existem rituais de transformação nos quais, por exemplo, escrevemos em pequenos pedaços de papel algumas palavras e pensamentos perversos que estão pulsando na sombra e depois os queimamos. Seria algo como o sacrifício da própria sombra.
      Outra maneira de também lidar com essa sombra é dançar, expressando na dança movimentos de empurrão ou socos, como se estivesse soltando alguma coisa dentro de si. Criatividade em todas as suas manifestações também "desreprimem" a sombra. O importante é não se reprimir. Mas também não tenha a intenção de cortar o mal pela raiz. É impossível cortar o mal, pois ele é uma parte de nós mesmos. Lembre-se de que é preciso olhar para "nosso mal", para nossa sombra e reconhecê-la.
      Crianças que presenciam brigas entre os familiares ou situações limitadíssimas na vida, como fome, pobreza, analfabetismo, e a falta dos pais, expressam essas contrariedades em desenhos, o que é extremamente importante.
      A sombra reprimida demasiadamente pode voltar-se contra nós, gerando vícios, autoflagelação, nervos à flor da pele, etc. Tenha coragem de se olhar para curar a própria sombra e não se sentir tão marcado pela vida, a ponto de não mais querer a felicidade. Sempre medite nisso, na coragem para olhar sua sombra, olhar seus conteúdos, nem sempre nobres.


"Quando as pessoas chamam uma coisa de bela,
Vêem outra coisa como feia.
Chamando outra coisa de boa,
Seu contrário se torna mau.
Porém, ter e não ter produzem um do outro.
Difícil e fácil se equilibram,
Longo e curto se completam,
Alto e baixo dependem um do outro,
Altura e tom formam juntos a harmonia,
Começo e fim se sucedem."
Tão Te King


No livro “ao encontro com a sombra” Ed. Cultrix
De Connie zweig e J. Abrams.
Temos uma reflexão profunda sobre os benefícios de aceitarmos ou reconhecermos (consciência) nossas sombras.


A aceitação da sombra
O objetivo de encontrar a sombra é desenvolver um relacionamento progressivo com ela e expandir o nosso senso do eu alcançando o equilíbrio entre a unilateralidade das nossas atitudes conscientes e as nossas profundezas inconscientes.
O romancista Tom Robbins diz: "O propósito de encontrar a sombra é estar no lugar certo da maneira certa." Quando mantemos um relacionamento adequado com ele, o inconsciente não é um monstro demoníaco; diz-nos Jung: "Ele só se torna perigoso quando a atenção consciente que lhe dedicamos é desesperadoramente errada."
Um relacionamento correto com a sombra nos oferece um presente valioso: leva-nos ao reencontro de nossas potencialidades enterradas. Através do trabalho com a sombra (expressão que cunhamos para nos referir ao esforço continuado no sentido de desenvolver um relacionamento criativo com a sombra), podemos:
  • chegar a uma auto-aceitação mais genuína, baseada num conhecimento mais completo de quem realmente somos;
  • desativar as emoções negativas que irrompem inesperadamente na nossa vida cotidiana;
  • nos sentir mais livres da culpa e da vergonha associadas aos nossos senti­mentos e atos negativos;
  • reconhecer as projeções que matizam as opiniões que formamos sobre os outros;
  • curar nossos relacionamentos através de um auto-exame mais honesto e de uma comunicação direta;
  • e usar a nossa imaginação criativa (através de sonhos, desenhos, escrita e rituais) para aceitar o nosso eu reprimido.

     Talvez... talvez também possamos, desse modo, evitar acrescentar nossa sombra pessoal à densidade da sombra coletiva.
     A analista junguiana e astróloga britânica Liz Greene mostra a natureza paradoxal da sombra enquanto receptáculo de escuridão e facho de luz. "O lado sofredor e aleijado da nossa personalidade é aquela sombra escura e imutável, mas também é o redentor que poderá transformar nossa vida e alterar nossos valores. O redentor tem condições de encontrar o tesouro oculto, conquistar a princesa e derrotar o dragão... pois ele está, de algum modo, marcado - ele é anormal. A sombra é, ao mesmo tempo, aquela coisa horrível que precisa de redenção e o sofrido salvador que pode redimi-la."

Fonte: http://espacoholistico.com.br

quarta-feira, 10 de abril de 2013





"...por ter estado com muitos mestres, jamais fui um discípulo. Eu era um peregrino a vaguear por muitas vidas, a entrecruzar-me com diferentes tradições, a conviver com diversos grupos, escolas, métodos, mas jamais pertenci a alguém. Receberam-me com amor, mas permaneci à parte. Fui um convidado que no máximo ficou para um pernoite. Por isso aprendi tanto. Você não poderá aprender muito seguindo uma única via. É outro o meu modo de ser. Tenho sido uma abelha indo de uma flor à outra, a recolher diferentes perfumes. Por isso, estou à vontade com o Zen, à vontade com Jesus, à vontade com Patanjali, ou com diversos caminhos, às vezes diametralmente opostos. No entanto, no meu modo de ver, existe uma harmonia oculta ..."

(Mestre Osho)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Amor Divino





Quando você descobre que o sentimento de Deus é puro amor, não há outro caminho a não ser a rendição a este infinito oceano de sentimento puro. Este conhecimento não pode ser intelectual, tem que ser sentido no coração não na mente este é o verdadeiro conhecimento direto. Este amor está disponível como energia cósmica infinita a você e a todos os seres para suprir todas as suas necessidades desde que você se renda...entre em sintonia com este amor, seja um com o todo sentindo como ele sente...sinta amor, resida no lar do coração, saia da mente pois este é o verdadeiro sentido de buscar o reino dos céus antes de qualquer coisa, buscar sentir este amor por todas as criaturas, torne-se uma fonte transbordante deste amor incondicional.




Uma pessoa realmente madura não pode ser séria. Não há nada para se levar tão a sério.
A vida é graça, é brincadeira, uma brincadeira da consciência.
E é isso o que a meditação nos revela, que o todo da vida é uma belíssima brincadeira de energia.
(Mestre Osho)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Apenas sentar está OK


[...] alguma coisa ou alguém pode nos machucar? Vamos pegar alguns desastres de verdade. Suponha que perdi meu emprego e estou seriamente doente. Suponha que todos meus amigos me deixaram. Suponha que um terremoto destruiu minha casa. Posso ser machucada por tudo isso? Claro que penso que sim. E seria terrível que tais coisas acontecessem. Mas podemos ser realmente machucados por tais eventos? 

A prática nos ajuda a ver que a resposta é não. Não que o ponto da prática seja evitar sentir-se machucado. O que dizemos que nos “machuca” ainda acontece: posso perder meu emprego; um terremoto pode destruir minha casa. Mas a prática me ajuda a lidar com as crises, a passar por isso sem dificuldades. Enquanto estivermos imersos em nosso machucado, seremos um saco de aflição de pouca utilidade para qualquer um. Se não estivermos embrulhados em nosso melodrama de dor, por outro lado, mesmo durante uma crise, podemos ser úteis. Então o que acontece quando realmente praticamos? Por que o sentimento de que a vida pode nos machucar começa a enfraquecer com o tempo? O que se passa? 

 Apenas um eu voltado para si mesmo, um eu apegado a mente e corpo, pode ser machucado. Esse eu na verdade é um conceito formado por pensamentos em que acreditamos; por exemplo, “se eu não conseguir isso, serei miserável”, ou “se isso não funcionar comigo, será horrível”, ou “se eu não tiver uma casa para morar, isso é realmente terrível”. O que chamamos de eu nada mais é que uma série de pensamentos aos quais estamos apegados.

 Quando estamos absorvidos em nossos pequenos eus, a realidade — a energia básica do universo — praticamente nem é percebida. Suponha que eu sinta que não tenho amigos, e que sou muito solitária. O que acontece quando sento e medito com isso? Começo a ver que meus sentimentos de solidão na verdade são apenas pensamentos. De fato, estou simplesmente sentada aqui. Talvez esteja sentada sozinha em minha sala, sem alguém com quem combinei um encontro. Ninguém me ligou e sinto-me solitária. Na verdade, contudo, estou apenas sentada. A solidão e a angústia são simplesmente meus pensamentos, meus julgamentos de que as coisas deveriam ser diferentes do que são. Não enxerguei através deles; não reconheci que minha angústia é fabricada por mim.

 A verdade factual é que estou simplesmente sentada em minha sala. Leva algum tempo antes de vermos que apenas sentar lá está OK, está tudo bem. Apego-me ao pensamento de que se não tiver uma companhia prazerosa que me apóie, sou miserável. 

Fonte: Charlotte Joko Beck (EUA, 1917 ~ 2011)
 http://darma.info